Bolsonaro distorce proposta da Anvisa sobre passaporte da vacina e diz que agência quer ‘fechar o espaço aéreo’

Foto: Reprodução/Thiago Gadelha

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O presidente Jair Bolsonaro distorceu nesta terça-feira (7) a proposta da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para que o Brasil adote o chamado passaporte da vacina para a entrada de viajantes.

Ao discursar a um grupo de empresários, em evento organizado pelo setor da indústria, Bolsonaro afirmou que a agência quer “fechar o espaço aéreo”.

Procurada, a agência negou ter feito essa proposta. No último dia 1º, a Anvisa reforçou a recomendação enviada à Casa Civil para que o Brasil adote medidas mais rígidas no acesso de viajantes ao país. A intenção é evitar o aumento dos casos de Covid-19 após a descoberta da variante ômicron.

“Eu vejo o ministro Gilson Machado, que não está presente aqui, trabalhando com o turismo. Ninguém tem o que nós temos. Estamos trabalhando agora com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, porra? De novo vai começar esse negócio?”, declarou Bolsonaro.

“Ah, ômicron. Vai ter um montão de vírus pela frente, um montão de variantes pela frente. Peço a Deus que eu esteja errado, mas temos que enfrentar”, prosseguiu o presidente.

Estava prevista para esta segunda (6) uma reunião na Casa Civil entre representantes do governo e da Anvisa para discutir o assunto. O colunista do g1 Gerson Camarotti informou que a reunião foi cancelada de última hora.

O pedido da Anvisa

No pedido enviado à Casa Civil no início deste mês, a Anvisa propôs:

 

A Anvisa argumentou que o cenário é preocupante, entre outros motivos, porque os países no sul da África mais atingidos pela ômicron têm baixa cobertura vacinal. Ao não exigir o comprovante de vacinação, o país, então, poderia facilitar a entrada de pessoas não vacinadas e que poderiam estar carregando o vírus.

Ainda na nota, a Anvisa disse ter identificado rotas aéreas que conectam, indiretamente, o Brasil aos países incluídos nas restrições de voos. Há trajetos conectando o Brasil e essas nações que passam por Etiópia, Catar, Emirados Árabes Unidos e Turquia.

O documento também apontou que um novo pico de casos gerado pela variante ômicron poderia ser freado pelo aumento da população vacinada com a dose de reforço – mas deixa claro que o próprio governo federal tem prejudicado essa possibilidade ao não cobrar o mesmo cuidado dos estrangeiros.

Fonte: G1

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