O presidente do Conselho Federal de Medicina, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, criticou a CPI da Covid. Após ser incluído nas investigações pelo relator, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), o médico reforçou seu apoio aos remédios sem eficácia contra o coronavírus, e disse que os trabalhos do colegiado adotam uma “narrativa falaciosa”
“Esta decisão não causa surpresa, diante da narrativa falaciosa adotada pela CPI ao longo de sua existência, transformando a Comissão num palco midiático para embates políticos e ideológicos”, disse Ribeiro em entrevista ao portal G1.
Segundo presidente do CFM, a decisão dos membros da comissão de não terem marcado uma data para a oitiva indica que eles “deixaram clara sua opção de dar palanque àqueles que mantém um discurso alinhado com determinada visão, distante da realidade realidade enfrentada pelos médicos na linha de frente contra a Covid-19, e não dar voz ao Conselho Federal de Medicina (CFM) como representante daqueles que têm dado o máximo na luta contra essa doença, às vezes com o sacrifício de sua própria saúde ou vida”.
Com base em suas críticas, Ribeiro disse que mantém “firme” suas convicções em favor da autonomia do médico e do paciente. “Princípio milenar hipocrático que é pilar da prática da medicina, o qual deve ser defendido – hoje e sempre – sob qualquer circunstância.
O presidente disse que estudos científicos internacionais adotados como parâmetro pela Organização Mundial da Saúde (OMS) não são suficientes para que o conselho condene o uso de hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento precoce da infecção pelo Sars-CoV2.
Segundo Ribeiro, de 25% a 30% dos médicos do Brasil apoiam o uso das drogas. “Não podemos pegar trabalhos científicos e tomar decisões apenas em cima disso. Temos que levar tudo em consideração”, disse. Ele reiterou que o CFM preconiza a autonomia médica na decisão do tratamento. Ele defendeu ainda que todas as ações do conselho são realizadas com base ciência e não pela política.
Fonte: O POVO