Filiação de Bolsonaro ao PP avança, mas ainda enfrenta resistência de grupos da legenda

O Partido Progressista (PP) está avançando nas negociações que envolvem a filiação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à sigla. De acordo com o jornal Valor Econômico, os líderes da agremiação já estão considerando como certo o ingresso do chefe do executivo na legenda em novembro. O único impasse ainda é a resistência das bancadas do PP no Nordeste e no Rio de Janeiro.

Por conta dessa incerteza, Bolsonaro estaria avaliando também outras alternativas para concorrer às eleições em 2022. O presidente tem conversado com partidos como PL e PTB. No entanto, segundo o que disse um dirigente do PP ao jornal, é “99% certo” que o presidente se filiará ao partido. Vale ressaltar que o PP foi a sigla onde Bolsonaro permaneceu mais tempo em sua trajetória política, passando um período de 11 anos filiado.

Lideranças do partido, entre elas o ministro-chefe da Casa Civil e presidente licenciado da sigla, Ciro Nogueira, acreditam que Bolsonaro será um grande puxador de votos e ajudará a eleger um número expressivo de deputados federais, apurou a reportagem. Mesmo que Bolsonaro não se reeleja, sua base eleitoral poderá, mesmo assim, impulsionar a eleição de diversos deputados.

Quanto à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à Presidência da Câmara, o PP avalia que uma derrota de Bolsonaro não deverá atrapalhar, já que o parlamentar possui uma forte base de apoio para se reeleger. Fontes ligadas ao presidente da República afirmaram, contudo, que a filiação ao PP ainda não está fechada.

Janela partidária

Para o período de janela partidária, seis meses antes das eleições, são esperadas mais adesões ao PP. Durante o prazo em que é permitido trocar de partido, estão previstas filiações de uma parcela dos deputados bolsonaristas que atualmente estão no PSL.

Os ministros Fábio Faria (PSD), das Comunicações, e Tereza Cristina (DEM), da Agricultura, devem deixar seus partidos para ingressarem no PP. O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também deve migrar para a legenda junto com o grupo.

A bancada de deputados bolsonaristas pode aderir também a outros partidos da base governista, além do PP, como o PTB e o PSC.

Fonte: O POVO