Ceará registra queda de mortes e internações de idosos acima de 75 anos após vacinação contra Covid

Publicidade

Além da redução de óbitos, análises da Secretaria da Saúde indicam que internações nesse grupo etário caíram quase 80%, de acordo com secretária-executiva.

A vacinação contra a Covid-19 entre os primeiros grupos prioritários parece já surtir efeito na mortalidade de idosos com mais de 75 anos, no Ceará. Entre dezembro de 2020 e abril de 2021, o índice de ocorrências nesse grupo caiu quase 20 pontos percentuais em relação a novos óbitos no Estado.

Em dezembro, 51,4% das mortes registradas no mês foram de pessoas com 75 anos ou mais. Já no mês passado, a taxa foi reduzida para 31,6%. O levantamento tem como base dados da plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).

Quando se avalia o grupo total de idosos, incluindo todas as pessoas acima de 60 anos, o percentual também diminuiu: de 76,6%, em dezembro, para 69%, em abril.

Mesmo com a redução percentual, o número absoluto de óbitos nesse grupo etário aumentou, assim como em grupos mais jovens, revelando a gravidade da segunda onda.

CUIDADOS APÓS IMUNIZAÇÃO

Estudos da Sesa também indicam que houve redução de cerca de 80% de internações entre idosos, de acordo com a secretária-executiva de Vigilância e Regulação da Pasta, Magda Almeida, em entrevista ao Sistema Verdes Mares nesta quarta-feira (5).

Os levantamentos, que devem ser divulgados em breve, levam em consideração os imunizantes Coronavac e Astrazeneca, que são aplicados no Ceará desde janeiro.

 

Mesmo com uma única dose, a vacina já dá proteção para a contaminação e evita a progressão para casos graves e óbitos, mas não evita a doença. Mesmo as pessoas vacinadas devem continuar os cuidados, não aglomerando e não recebendo visitas”

MAGDA ALMEIDA
Secretária-executiva de Vigilância e Regulação

 

A secretária-executiva alerta para a proximidade do Dia das Mães, no próximo domingo (9), ocasião em que parte dos cearenses pode querer encontrar mães, avós e tias idosas. Mesmo vacinadas, elas podem correr riscos de infecção, alerta Magda.

Confira a linha do tempo da vacinação de idosos:

  • 18 de janeiro – início da vacinação no Ceará
  • 27 de janeiro – início da vacinação do público com mais de 75 anos
  • 13 de fevereiro – início da aplicação da segunda dose
  • 24 de fevereiro – prazo máximo para início da segunda dose nas primeiras pessoas com mais de 75 anos vacinadas com Coronavac
  • 27 de abril – prazo máximo para início da aplicação da segunda dose nas primeiras pessoas com mais de 75 anos vacinadas com Astrazeneca

Em março, a Sesa divulgou um levantamento preliminar informando que idosos com mais de 70 anos vacinados no Ceará tiveram taxa de internação 46% menor do que os não vacinados. Conforme a análise, não vacinados têm risco quase duas vezes maior de serem internados.

SINTOMAS LEVES

Iêda Fernandes, de 66 anos, recebeu a primeira dose da Coronavac no início de abril. Cerca de 20 dias depois da aplicação, ela recebeu um diagnóstico preocupante: estava com Covid-19.

No entanto, conta que desenvolveu um quadro leve da doença, sentindo apenas dores de cabeça e fastio, como é conhecida popularmente a falta de apetite.

 

“Eu me tratei e me recuperei em casa, já estou ótima, curada. Acho que, se eu não tivesse tomado a vacina, talvez (a doença) tivesse sido mais forte. Graças a Deus, foi fraca”, afirma.

 

Agora, conforme recomendação da Sesa, ela aguardará um intervalo de tempo até que seja seguro tomar a segunda dose. O ideal, conforme nota técnica do órgão, é adiar a vacinação “até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas”.

AVANÇO NA VACINAÇÃO

Até a última segunda-feira (3), os municípios cearenses vacinaram 374.765 idosos com mais de 75 anos com a primeira dose da vacina. O número superou em 9,6% a meta inicial, que era de 341.844 pessoas.

Quanto à segunda dose, foram aplicadas 228.671 no mesmo grupo etário, o equivalente a 61% dos que já receberam a primeira dose.

O médico Keny Colares, consultor em infectologia da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), confirma que a vacina confere imunização para quem a toma, ainda que essa proteção seja parcial.

 

“Ela diminui a possibilidade de infecção, mas não a exclui totalmente. Apesar disso, raramente acontecem casos graves entre pessoas vacinadas”, diz o especialista.

 

O imunologista e professor do Departamento de Patologia e Medicina Legal da Universidade Federal do Ceará (UFC), Edson Teixeira, reforça que a aplicação da segunda dose não descarta a manutenção de cuidados contra a infecção.

Por isso, recomenda seguir o uso de máscaras de proteção, fazer higienização das mãos e cumprir as medidas de distanciamento social.

Fonte: Diario do Nordeste

 

 

Publicidade

Leia também