“Vacina russa tem várias questões em aberto”, diz cientista

Foto: DW / Deutsche Welle

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Coautor de carta que contesta dados de pesquisadores russos diz que só uma enorme coincidência explicaria resultados da Sputnik 5

Em carta aberta, cerca de 40 pesquisadores de Europa, Estados Unidos, Canadá e da própria Rússia questionaram a autenticidade das informações sobre a vacina russa contra covid-19, a Sputnik 5, publicadas na revista Lancet no início de setembro.

Em entrevista à DW, o pesquisador russo Konstantin Andreev, um dos coautores da carta, diz que existe a chance de os dados divulgados pela Rússia estarem corretos, mas que a possibilidade é de alguns centésimos de um por cento – ou seja, uma enorme coincidência.

O virologista e microbiólogo do Instituto Howard Hughes de Medicina e da Northwestern University, dos EUA, espera agora a resposta dos russos sobre os questionamentos.

DW: Como você ficou sabendo do estudo russo e por que você foi coautor da carta aberta aos desenvolvedores da vacina?

Konstantin Andreev: Meu interesse é no campo da biologia molecular. Atualmente, estou pesquisando uma série de infecções respiratórias virais. Embora eu não esteja diretamente envolvido com o coronavírus, acompanho o desenvolvimento com grande interesse. No momento, não só os virologistas, mas toda a comunidade científica estão procurando uma vacina contra o vírus.

A primeira coisa que notei ao ler o artigo russo na Lancet foi um número surpreendentemente pequeno de participantes do estudo. Há apenas 76 pessoas no total: 38 para a primeira e 38 para a segunda fase do estudo. A título de comparação, na fase 2 do estudo realizado pela Universidade de Oxford e pela AstraZeneca, que foi publicado anteriormente na mesma revista, mais de mil pessoas participaram. Também chama a atenção que não tenha havido um grupo de controle com placebo. Além disso, o estudo não considerou as faixas etárias mais suscetíveis a efeitos colaterais negativos.

Fonte: Terra

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