O coronavírus pode ser disseminado de diferentes formas, que vão desde um simples aperto de mão até o contato com superfícies contaminadas. De acordo com o infectologista Keny Colares, do Hospital São José (HSJ), unidade da rede pública da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), do Governo do Estado, qualquer pessoa contaminada pode transmitir o vírus, independentemente de apresentar ou não os sintomas de Covid-19.
“A gente sabe que tem uma relação entre a quantidade de vírus e a gravidade da doença. Então, naturalmente, aqueles pacientes que são assintomáticos têm uma multiplicação de vírus menor em comparação com aqueles que têm a doença leve, moderada ou grave”, afirma. Diante do risco de contágio, o especialista orienta que que toda a população deve tomar atitudes para se proteger e, principalmente, evitar a propagação do vírus.
No caso de pacientes assintomáticos, que não manifestam sinais da doença, a prevenção também precisa ser reforçada para que a Covid-19 não seja disseminada. “A gente não pode focar nosso cuidado apenas em pessoas que são sintomáticas. A ausência de sintomas, seja apenas por um período ou durante a doença, vai fazer com que muitas pessoas estejam infectadas sem que a gente saiba”, ressalta o infectologista.
Pacientes pré-sintomáticos e sintomáticos
As reações do organismo ao coronavírus variam. Keny Colares explica que, além das pessoas assintomáticas, existem os pacientes pré-sintomáticos, ou seja, que foram infectados, mas ainda não manifestaram sinais da doença. “O paciente pré-sintomático pode ter a quantidade de vírus maior, só que os sintomas às vezes surgem em um, dois ou três dias, por exemplo”. Com relação ao grupo de sintomáticos, o médico afirma que sintomas como tosse, febre e falta de ar costumam surgir de forma mais rápida.
Prevenção
Ainda não há vacina contra a Covid-19. Por isso, a prevenção ainda é a principal arma no enfrentamento à doença. De acordo com o infectologista Keny Colares, neste momento de retomada das atividades, a população deve continuar respeitando as medidas decretas pelo Governo do Ceará.
O médico reforça, em especial, a importância do uso de máscaras, da higienização das mãos e do distanciamento social. “Talvez a gente volte de novo a ter uma nova onda de crescimento de casos se a gente achar que o problema acabou e a gente quiser voltar rapidamente à vida que vivia antes. Isso aconteceu em epidemias passadas, inclusive naquela pandemia clássica lá de 1918”, finaliza.
Cenário epidemiológico
73.560 casos de coronavírus foram confirmados no Ceará até o dia 10 de junho. Ao todo, 52.351 pessoas já estão recuperadas da doença. Os dados estão disponíveis no IntegraSUS, plataforma de transparência da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).