O presidente do STF disse que a operação “destruiu empresas” e reclamou de falta de transparência
Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Toffoli afirmou que a Lava Jato foi muito importante, “mas destruiu empresas” e que “isso jamais aconteceria nos Estados Unidos, jamais aconteceu na Alemanha”. Em relação ao Ministério Público, disse que “deveria ser uma instituição mais transparente”.
Além de classificar a fala como “irresponsabilidade”, Deltan disse em sua conta no Twitter que a afirmação “é fechar os olhos para o fato de que a Lava Jato vem recuperando por meio dos acordos mais de R$ 14 bilhões para os cofres públicos, algo inédito na história”.
“É, assim, fechar os olhos para a raiz do problema, a prática por muitos políticos e empresários de uma corrupção político-partidária sanguessuga, que drena a vida dos brasileiros”, prosseguiu.
Deltan disse ainda que a Lava Jato seguirá aplicando a lei, que, em sua avaliação, ainda é muito “inefetiva” no Brasil.
“Nos Estados Unidos, a prisão acontece depois da primeira ou segunda instância. Sem efetividade da lei, não há rule of law ou estado de direito”, ressaltou.
Integrante da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Roberson Pozzobon também saiu em defesa das investigações.
“A Lava Jato não ‘destruiu’ empresa nenhuma. Descobriu graves ilícitos praticados por empresas e as responsabilizou, nos termos da lei. A outra opção seria não investigar ou não responsabilizar. Isso a Lava Jato não fez”, afirmou.
Ele também rebateu o comentário de Toffoli de que o Ministério Publico deveria ser mais transparente citando o inquérito aberto pelo presidente do Supremo para apurar ameaças, ofensas e supostas fake news disparadas contra integrantes da Corte e seus familiares nas redes sociais.
O ministro Alexandre de Moraes foi designado como relator do caso por Toffoli, sem realização de sorteio.
“Interessante comentário de quem determinou a instauração de inquérito no STF de ofício, designou relator ‘ad hoc’ (para esta específica função) e impediu por meses o MP de conhecer a apuração”, afirmou Pozzobon em publicação no Twitter.
Fonte: Notícias ao Minuto