PF realiza nova fase de operação que investiga fraude em instituto de previdência no Grande Recife

Sede da Polícia Federal, no Cais do Apolo, região central do Recife; 2ª fase da Operação Abismo foi desencadeada nesta quarta-feira (31) — Foto: Thamires Oliveira/G1

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Polícia Federal desencadeou, nesta quarta-feira (31), a uma nova fase da Operação Abismo, que busca colher mais provas de crimes relacionados ao desvio de recursos do Instituto de Previdências dos Servidores do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. Foram emitidos dez mandados de busca e apreensão e um de prisão preventiva, cumpridos em Pernambuco e em Goiás.

Ao todo, 80 policiais federais estão envolvidos na ação desta quarta. Segundo a PF, nesta quarta-feira, estão sendo apreendidos documentos, veículos, mídias de computador, dinheiro e materiais que possam subsidiar as investigações.

Em Pernambuco, as equipes cumprem os mandados em oito residências e em uma empresa, nos municípios do Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e Recife. A TV Globo apurou que a empresa visitada pela PF é do ex-prefeito Lula Cabral, localizada na Cohab, no Cabo.

O mandado de prisão, por sua vez, foi direcionado a um empresário na cidade de Anápolis, em Goiás. Até as 10h, o homem ainda não havia sido localizado pelas equipes.

Na 1ª etapa da operação, o foco também foi um esquema de fraudes no instituto de previdência dos servidores do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. Na ocasião, o prefeito do município, Lula Cabral (PSB), foi preso. O ex-gestor segue detido nesta quarta (31).

Esquema criminoso

No dia 19 de outubro, foram presas outras 21 pessoas, além do prefeito. Também foram cumpridos 42 mandados de busca e apreensão. No dia 22 de outubro, outro empresário foi preso na operação. Cerca de R$ 90 milhões do instituto, que estavam em uma instituição financeira sólida, foram para uma empresa composta por ativos de risco, segundo a investigação.

Segundo a PF, os envolvidos receberam propina para transferir R$ 90 milhões do instituto, que estavam em uma instituição financeira sólida, para uma empresa composta por ativos de risco. A transferência, equivalente a cerca de 50% do total do fundo, poderia comprometer o pagamento futuro das aposentadorias, apontam os investigadores.

As investigações apontam que uma empresa de gestão de fundos de investimentos estava utilizando lobistas para captar clientes e negociar com eles em seu nome. Esses lobistas ficavam encarregados de oferecer o pagamento indevido de benefícios aos clientes, como forma de “convencê-los” a fechar o negócio com a empresa.

A delegada federal Andréa Pinho apontou em entrevista coletiva que, a princípio, o prefeito não tem como transferir diretamente os recursos do Instituto de Previdência, mas que ele nomeia a pessoa responsável pelo fundo de aposentadoria do município.

Os investigadores encontraram indícios de que a transferência dessa carteira de investimentos foi feita a mando do prefeito do município, em razão do recebimento de propina.

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região autorizou o sequestro e bloqueio de bens e valores depositados em contas em nome dos investigados.

Fonte: G1

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