Em dez anos, 413 transplantes de medula óssea foram realizados

FORTALEZA, CE, BRASIL, 20-09-2018: Washington Canafístula, 59 anos, doador de sangue e em seguida medula ossea, no Hemoce, no bairro Rodolfo Teófilo. (Foto: Mauri Melo/O POVO).

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Em uma década desde o primeiro transplante de medula óssea no Ceará que será comemorado hoje com uma missa , o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce) e o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC) realizaram um total de 413 procedimentos do tipo no Estado.

Atualmente, na fila de espera, há 87 pacientes. O cadastro tem 175 mil potenciais doadores e está interligado ao Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Além da compatibilidade, que é de uma para cada 100 mil pessoas, um dos maiores entraves para o transplante é a localização dos doadores. Muitos mudam de endereço e não avisam ao Hemoce. “As pessoas que fizeram a coleta do sangue precisam estar atentas para, em qualquer mudança de endereço ou telefone, atualizar os dados”, ressalta Nágela Lima, coordenadora da captação de doadores do Hemoce.

Segundo o médico Fernando Barroso, o número de cadastrados está aquém da necessidade. Os doadores precisam ter entre 18 e 55 anos, terem bom estado de saúde e apresentar, pelo menos, dois telefones.

Chefe da equipe de Transplantes do HUWC, o hematologista passou dez anos (de 1998 a 2008) tentando montar esse tipo de transplante no Ceará. O primeiro realizado foi um marco.

“Ficamos concentrados em iniciar um procedimento de alta complexidade dentro de uma estrutura que já tinha algumas dificuldades”, relembra. Implantar um procedimento dessa natureza, ainda de acordo com o médico, acabou por desenvolver outros serviços de média e baixa complexidade.

“Enfrentei alguma resistência porque se acredita que, tendo alguma deficiência na atenção básica, não se deve investir na alta complexidade. Isso é um equívoco, porque a melhora nos procedimentos mais complexos acaba por interferir na atenção básica”.

Solange Ferreira de Sousa, 48, não esquece a data do transplante: 22 de outubro de 2015. A funcionária pública da Prefeitura de Maranguape (Região Metropolitana de Fortaleza), recebeu a medula de doação da irmã de forma relativamente rápida: seis meses após ser diagnosticada com leucemia. “A gente perde o chão quando descobre. Então, incentivo a todas as pessoas a fazerem a doação, porque pode salvar uma vida. E essa vida pode ser de alguém bem próximo a você”. (Angélica Feitosa)

Serviço

Missa em Ação de Graças pelos 10 anos do primeiro transplante de medula óssea do Ceará

Quando: Hoje, 26 de setembro

Onde: Auditório do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Ceará (Hemoce), na avenida José Bastos, 3390 –  Rodolfo Teófilo.

Horário: 9 horas.

“Não dói quase nada”


Washington Canafístula dos Santos, 59, foi uma das primeiras pessoas a realizar o cadastro para doação de medula óssea, há cerca de dez anos. “É muito rápido e não dói quase nada”, encoraja. O administrador de empresas ainda não recebeu uma ligação informando compatibilidade com algum paciente, mas garante que mantém sempre atualizado o endereço e o telefone para caso um dia precise realizar a doação de medula. Ele é doador de sangue desde 1978. “Se você está com saúde é uma forma de retribuição ajudar”, ensina.

Fonte: OPovo

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