Missão Velha. Empreendimento estimado em R$2 bilhões, o Cinturão das Águas (CAC) vai beneficiar mais de oito milhões de pessoas apenas com a conclusão dos lotes 1 e 2 e o eixo norte, destacadamente na região do Cariri. No entanto, outros três lotes (3, 4 e 5) estão em ritmo acelerado de construção. Neste sábado, o governador do Estado, Camilo Santana (PT), participou da finalização da obra do maior túnel do Cinturão.
O túnel Veneza, neste Município, foi cavado em duas frentes de serviço, de lados opostos e, hoje, aconteceu o acionamento dos explosivos que uniu os dois pontos. Com a junção dos lados, o túnel passa a ser o mais longo da obra para a passagem das águas, com 2.322,36 metros de comprimento. O túnel faz parte do Lote 5 do Trecho I do CAC.
Túnel do lote 5, em Missão Velha, é o maior do CAC, com quase 2,4km de extensão (Foto André Costa)
Com esta etapa finalizada, já são 53 km de obra concluídos, que vão permitir a entrada das águas do rio São Francisco para, através do Riacho Seco, chegar ao açude Castanhão com maior eficiência. O Lote 5 é composto por nove túneis e por canais, com cerca de 6 km de extensão e previsão de conclusão para dezembro de 2017. “Esse é um trecho muito importante para o CAC. É uma engenharia complexa, de alta tecnologia, com máquinas estrangeiras, mas que estamos operando dentro do que foi previsto. Por mês, estamos liberando cerca de R$ 30 milhões para cumprir o cronograma”, pontuou Camilo.
Para o chefe do executivo, o CAC é um projeto de suma relevância que, ao lado da Transposição do Rio São Francisco, vai abastecer diversas regiões do Estado, incluindo a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). “Essa obra, quando pronta, vai contribuir muito para a situação hídrica do Estado. Apesar de ter chovido em torno da média, os reservatórios principais não conseguiram pegar água. O Castanhão, por exemplo, está apenas com 6% de sua capacidade. Então, com a conclusão do CAC, poderemos receber as águas da Transposição. Por isso priorizando o trecho de Jati, que é onde entrar as águas do São Francisco”, acrescentou. O CAC permitirá a transferência de vazões excedentes do PISF não apenas para o Castanhão, mas também para o açude Orós.
Ainda conforme Santana, apesar da diminuição do ritmo das obras entre 2014 e 2015, devido ao contingenciamento dos recursos federais, todos os cinco lotes avançados. O lote 1, que se concentra na área que receberá as águas da transposição, a partir de Jati, deve ser concluso, segundo Camilo, até dezembro e, “oodos os túneis do CAC serão entregues até no máximo o meio do próximo ano”. Para cumprir todos os cronogramas, Camilo ressalta os esforços que estão sendo adotados. Na última terça-feira, dia 06, esteve reunido com o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, em Brasília, que autorizou o empenho de R$ 60 milhões para as obras do Cinturão das Águas do Ceará.
De acordo com o secretário dos Recursos Hídricos (SRH), Francisco Teixeira, o objetivo da obra “é aumentar a garantia do abastecimento humano da segunda região mais populosa do Estado”, o sertão do Ceará, com cerca de 720 mil habitantes. A obra do CAC prevê a construção de 1,3 mil quilômetros de canais, sifões e túneis que levarão água, de forma gravitária, isto é, sem necessidade de utilização de estações de bombeamentos, para 12 bacias hidrográficas do Ceará.
diario do nordeste