11 mil animais seguem abandonados na Capital

Quem circula por praças e parques públicos de Fortaleza pode encontrar um gato ou um cão abandonado. Por vezes, alguns deles são saudáveis, já a maioria sofre com lesões de acidentes ou mesmo por doenças que podem levar a morte. Em audiência pública na Câmara Municipal de Fortaleza, realizada ontem, organizações de proteção aos animais e órgãos públicos debateram as dificuldades em manter os abrigos em funcionamento sem políticas públicas. A estimativa do Centro de Controle de Zoonoses de Fortaleza (CCZ), é que exista 11 mil cães e gatos vivendo em situação de rua. O número representa apenas 5% dos bichos que habitam os lares da Capital.

A União Protetora dos Animais Carentes (Upac) ressalta a tendência do abandono nos último dois anos. Segundo o presidente da instituição, Gustavo Gonçalves, a crise econômica vem sendo o principal motivo para a desistência da posse dos bichos. “O que estamos percebendo hoje é que muitos criadores estão sem condições financeiras de alimentar ou arcar com despesas médicas”. A Upac possui um abrigo com 400 gatos. Havia um canil, mas por questões financeiras tiveram de fechar o espaço. “Enquanto a gente fazia uma feira e conseguiam adotar 30 cachorros, os gatos eram apenas adotados por três pessoas com muita dificuldade”.

A realidade também é presente no Eusébio. Cássia Silvia, membro da organização não governamental (ONG) “Novelo de Lã”, trabalha há 20 anos com animais. Atualmente, cerca de 250 felinos e oito cães estão divididos em dois espaços.

O perfil dos bichos nos dois abrigos é o mesmo, sendo 90% de felinos do sexo feminino. Parte deles com mutilações sofridas em acidentes, nas vias municipais, e outros abandonos em parques públicos.

Ações

Apesar do alto número de animais deixados nas ruas, a Prefeitura de Fortaleza aumentou a quantidade de atendimentos aos cães e gatos em condição de rua, bem como a quem não tem condições de arcar com despesas médicas. A coordenadora do Centro do CCZ, Rosânia Ramalho conta quem há quatro anos atrás o Município só realizava 8 mil atendimentos por ano, como testes calazar e demais consultas. Atualmente, os exames chegam a 15 mil animais.

“Temos o conhecimento de uma grande concentração de abandono dos animais no Cemitério da Parangaba, Lar Torres de Melo e o Hospital de Messejana. Estamos acompanhando mensalmente esses espaços públicos”, diz Rosânia. Ele lembra ainda que a meta de 2017 é realizar 15 castrações por semana e 300 por mês. “O intuito é controlar a população de cães e gatos”.

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