A Petrobras espera ordem do governo para tirar empreiteiras envolvidas na Lava Jato de sua “lista suja”, que deixa essas companhias impedidas de disputar novos contratos com a estatal.
“Tenho de receber uma comunicação do poder Executivo sobre qual a sistemática a seguir”, afirmou nesta terça (4) Pedro Parente, presidente da petroleira, após participar de evento do Bradesco em São Paulo.
Segundo o executivo, o acordo de leniência firmado com o Ministério Público não dá segurança suficiente à Petrobras para tomar a decisão de retirar as restrições.
“É uma regra que não é a empresa que define. Ela tem de ser definida pelo governo e pelo Estado: Tribunal de Contas da União, Procuradoria-Geral da República. Precisa ter um quadro legal que defina como será”, explicou.
As empreiteiras Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e Odebrecht já negociaram um acordo com o Ministério Público, mas seguem na lista suja da Petrobras.
Parente afirmou que, além da autorização do governo, a Petrobras fará sua própria análise.
“Temos de fazer nossa própria avaliação para formar a nossa conclusão. [Para verificar se], além do acordo de leniência, elas tomaram medidas para ter um bom compliance [regras de conduta e de cumprimento da legislação]”, afirmou.
Em entrevista à reportagem, o presidente da Andrade Gutierrez, Ricardo Sena, disse não entender porque a empreiteira seguia figurando na lista.
Sena afirmou ter conversado pessoalmente com Parente sobre o assunto e relatou que, na ocasião, o presidente da Petrobras concordou que era preciso tirar a companhia da relação.
Questionado sobre o encontro, Parente limitou-se a dizer que a decisão institucional é a de esperar a autorização do governo e não poderia expressar sua “opinião pessoal” sobre o tema. Com informações da Folhapress.