Dólar sobe 1,6%, a R$ 3,17, com dados fortes nos EUA; Bolsa cai 1,56%

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Dados de emprego nos Estados Unidos muito acima das expectativas provocam uma onda de valorização mundial do dólar nesta quarta-feira (8).

No Brasil, o dólar comercial encerrou o pregão com ganho de 1,60%, a R$ 3,1710. É a maior cotação desde 26 de janeiro (R$ 3,1820).

Durante a sessão, a moeda americana atingiu a máxima de R$ 3,1830, com rumores de que o governo cogita elevar o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre transações de câmbio. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, negou a informação.

Pesquisa realizada pela empresa ADP mostra que foram criados 298 mil empregos no setor privado nos Estados Unidos em fevereiro, bem acima da mediana das estimativas de analistas consultados pela agência Bloomberg, de 187 mil vagas.

O indicador é considerado uma prévia dos números oficiais sobre emprego nos Estados Unidos, o chamado “payroll”, que saem na sexta-feira (10). “Se os dados oficiais também superarem as expectativas, a elevação dos juros americanos na semana que vem estará praticamente confirmada”, afirma Mário Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.

Segundo levantamento da Bloomberg junto ao mercado, a probabilidade de elevação dos juros americanos neste mês está em 100%, ante 96% nesta terça-feira (7).

A presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), Janet Yellen, indicou na sexta-feira (3) que os juros subirão na próxima reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto), na semana que vem. Entretanto, ela condicionou o aumento aos dados econômicos que sairão até a reunião da próxima semana.

Uma alta dos juros nos Estados Unidos torna as aplicações na maior economia do mundo ainda mais atraentes, em detrimento de outros mercados, principalmente emergentes.

Os juros futuros negociados na BM&FBovespa também subiram, seguindo a alta do dólar. Neste mercado, investidores buscam proteção contra flutuações dos juros negociando contratos para diferentes vencimentos.

BOLSA

O Ibovespa recuou pelo terceiro pregão seguido, encerrando com perda de 1,56%, aos 64.718,02 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,4 bilhões.

Com a queda de 5% do petróleo no mercado internacional, as ações da Petrobras perderam 4,15% (PN) e 6,17% (ON). A commodity recuou por causa do aumento dos estoques semanais de petróleo bruto nos Estados Unidos muito acima do esperado.

Outra notícia é que A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) determinou que a Petrobras refaça e reapresente as demonstrações financeiras de 2013, 2014 e 2015 e também os balanços trimestrais de 2016, a fim de contemplar estornos de efeitos contábeis decorrentes da prática de contabilidade de hedge.

No entanto, segundo o analista da corretora Spinelli, Samuel Torres, se a Petrobras tiver que refazer os balanços, não deverá haver impacto no caixa da empresa. “O efeito será apenas contábil”, afirma.

O minério de ferro na China caiu quase 3% nesta sessão, pressionado os papéis da Vale, que perderam 2,71% (PNA) e 2,58% (ON).

As ações de siderúrgicas também tiveram fortes quedas. Os papéis preferenciais da Metalúrgica Gerdau recuaram 7,53%, enquanto as da sua controlada Gerdau perderam 6,75%. Ambas lideraram as quedas do Ibovespa.

As duas empresas firmaram um contrato de permuta de ações, que prevê a troca de 34.209.522 ações ON da Gerdau detidas pelo banco BTG Pactual por 33.358.668 papéis PN da siderúrgica detidos pela Metalúrgica Gerdau.

As ações ON da Gerdau, que não integram o Ibovespa, dispararam 17,70%. Com informações da Folhapress.

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