Cerca de 70% dos adultos brasileiros têm algum tipo de varize, estima o Ministério da Saúde. E engana-se quem pensa se tratar de uma chateação meramente estética — aos poucos, o quadro evolui e o acúmulo de sangue nas pernas pode gerar complicações como dores, inchaço e até trombose.
A boa notícia é que, no início de fevereiro, o Sistema Único de Saúde (SUS) começou a disponibilizar a chamada escleroterapia. A princípio, haverá uma priorização para os casos mais graves, que geralmente envolvem o comprometimento da safena (veia que vai do tornozelo à virilha).
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“Uma das principais vantagens dessa técnica é a ausência de cortes e internação. O procedimento é realizado no ambulatório e o paciente volta para casa no mesmo dia, sem necessidade de repouso absoluto”, explica Solange Evangelista, membro da diretoria do Departamento de Doenças Venosas da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, de Minas Gerais.
Funciona assim: com o auxílio de um aparelho de ultrassom, o profissional injeta no indivíduo um medicamento em forma de espuma a fim de obstruir a veia doente. Aí o organismo passa a utilizar outras vias, o que normaliza o fluxo sanguíneo.
“Em média, três ou quatro sessões já proporcionam um resultado satisfatório”, diz Solange. Ela destaca também que quase não existem contraindicações, mas é importante passar pela avaliação de um médico de confiança — quem apresenta algum tipo de alergia ao remédio utilizado na escleroterapia com espuma, por exemplo, deve optar pela cirurgia.
O ponto negativo da técnica está relacionado ao risco de reincidência. Ao longo do tempo, a espuma pode se dissolver. “Por isso, quando se fala em alternativas à remoção da safena, os aparelhos de laser e radiofrequência tendem a ser mais eficazes em pacientes sem trombose, porque fecham essa veia em uma única sessão por meio do calor”, afirma Igor Rafael Sincos, chefe de cirurgia vascular do Hospital Geral de Carapicuíba, em São Paulo.
Seja para prevenir o aparecimento de varizes ou garantir a eficácia do tratamento escolhido, alguns cuidados relativamente simples fazem diferença. Evite passar longos períodos em pé ou usando sapatos de salto alto, controle o peso corporal e a pressão arterial, pratique atividade física regularmente e, acima de tudo, não ignore os sintomas da doença por mais comuns que pareçam.
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