O Quartel do Comando Geral da PM, em Maruípe, Vitória amanheceu com duas manifestantes e cadeiras vazias, nesta quarta-feira (15). As mulheres que estão no local disseram que esperam as colegas que chegam à tarde.
O Espírito Santo ficou sem polícia militar nas ruas por sete dias por causa do protesto de familiares na porta de batalhões. O policial militar não pode fazer greve porque é proibido pela constituição. Nas ocupações, as mulheres sempre alegam que são elas que estão no comando da paralisação. Mas, para as autoridades, essa é uma tentativa de encobrir o que, supostamente, seria um motim dos PMs.
Nesta quarta-feira, elas continuam o protesto pelo 12º dia e informaram que o movimento não tem intenção de acabar enquanto as reivindicações não forem atendidas.
A Justiça determinou a intimação de 10 mulheres, identificadas como manifestantes, para que deixem as portas de batalhões no estado, sob pena de pagamento de R$ 10 mil em caso de descumprimento, por dia. O mandado foi expedido pelo juiz Mário da Silva Nunes Neto, da 3ª Vara da Fazenda Pública, nesta terça-feira (14).
Uma delas, que é noiva de um PM e não quis se identificar, disse que ainda não tinha recebido o mandado. Ela afirmou que vai cumprir a decisão quando receber, mas “o movimento não vai parar por causa de 10 mulheres a menos”.
“Se me intimarem, eu vou sair, mas isso não vai adiantar nada, porque o movimento tem muito mais de 10 mulheres”, declarou a noiva de um policial militar.
A decisão determina que se cumpra nove mandados imediatamente, exceto o de uma mulher, residente no Sul do estado, que vai receber uma “carta precatória”. Na consulta do processo, no site do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJ-ES), consta que os 10 mandados foram expedidos, recebidos para cumprimento, o pedido foi concedido e despachado.
Mortes violentas
O protesto começou no sábado (4) e desde então uma onda de violência tomou conta do Espírito Santo. Até as 10h desta quarta-feira, 155 mortes violentas haviam sido registradas, segundo o Sindicato da Polícia Civil (Sindipol).
Nesta terça, a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) divulgou pela primeira vez o balanço com o número de mortos. De acordo com esse balanço foram 143 homicídios do dia 4 ao dia 13 de fevereiro. Nenhum dado atualizado foi divulgado até o momento. G1