O que se sabe sobre as novas variantes do coronavírus

Foto: PIXABAY

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Cepa identificada no Amazonas já está espalhada por 8 países e tem maior habilidade de escapar das armas do sistema imune

Novas variantes do coronavírus identificadas no Brasil, Reino Unido e África do Sul deixaram a OMS (Organização Mundial da Saúde) em alerta, embora esse processo seja comum entre os vírus. Em relação às cepas britânica e sul-africana, sabe-se que são mais contagiosas. Em todo caso, há mais perguntas do que respostas. Mas a boa notícia é que vacinas e medidas de proteção como o uso de máscara e a lavagem de mãos funcionam contra elas.

De acordo com atualização feita pela OMS nesta quarta-feira (27), a variante brasileira identificada pela primeira vez no Amazonas já está presente em 8 países, enquanto a linhagem do Reino Unido foi detectada em 70 nações e a da África do Sul em ao menos 31 países.

Pesquisadoras ouvidas pelo R7 afirmam, contudo, que não é possível saber se a variante do Amazonas, chamada P.1, já está espalhada por todos os estados do Brasil. Por enquanto, apenas São Paulo confirmou três casos importados – ou seja, de pessoas que moram ou viajaram para Manaus -,  o que exige maior atenção.

“O fato de ela [variante do Amazonas] ter sido detectada em São Paulo acende sinal de alerta, porque São Paulo é um centro de espalhamento do vírus para o Brasil inteiro desde o início da pandemia, então, estando lá, a chance de ser espalhada é muito maior”, pondera Carolina Voloch, professora do Departamento de Genética da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

A biomédica Mariene Amorim, membro do LEVE (Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes) da Unicamp concorda e admite a possibilidade de a nova cepa estar disseminada por todo o país. “A gente teve agora no final do ano vários voos [de SP para outros estados], é muita movimentação. Mas a confirmação [de casos da nova variante] demanda tempo e expertise”. destaca.

Principais mutações e seus efeitos

Carolina afirma que as novas variantes possuem muitas diferenças e algumas semelhanças. Ela cita duas mutações principais, que ocorreram na proteína spike, responsável pela entrada do coronavírus nas células: a E484K – encontrada nas linhagens do Amazonas, Rio de Janeiro e África do Sul – e a N501Y –  presente nas cepas do Amazonas, da África do Sul e do Reino Unido.

A mutação E484K dá ao coronavírus uma maior capacidade de escapar do sistema imune, de acordo com a especialista. “Então, os anticorpos neutralizantes neutralizantes [que protegem as células contra invasores] têm uma possibilidade 10 vezes menor de matar o vírus” explica.

“Com isso, as pessoas vão acabar sendo infectadas mais de uma vez e talvez as vacinas tenham que ser atualizadas”, acrescenta.

Fonte: R7

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