Cientistas investigam se a vacina BCG oferece proteção contra o coronavírus

Foto: Reprodução Tv Globo

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Pesquisadores australianos se basearam em estudos já existentes que mostram que a vacina BCG é eficiente contra outras infecções respiratórias virais. Vacina está sendo testada em 10 mil profissionais da saúde em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

Uma outra vacina, que já existe há décadas, também está sendo aplicada em centenas de voluntários para que se descubra se ela oferece proteção contra o novo coronavírus.

A BCG é obrigatória no Brasil desde 1976. É indicada para os recém-nascidos, mas pode ser tomada até os quatro anos de idade. É de graça e está disponível pelo Sistema Único de Saúde.

A maioria dos brasileiros tem essa marquinha no braço, da vacina da BCG, que protege das formas mais graves da tuberculose nas crianças de até os cinco anos de idade.

A vacina está sendo testada em 10 mil profissionais da saúde em várias partes do mundo. No Brasil, ela será reaplicada no mês que vem em 2 mil voluntários em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Além do Brasil, Austrália, Espanha e Reino Unido fazem parte da pesquisa da Universidade de Melbourne, que tem o apoio da Organização Mundial da Saúde.

Os testes já entraram na fase três, quando são feitos em humanos. No Brasil, são coordenados pelo médico infectologista e pesquisador da Fiocruz, Júlio Croda: “Essas pessoas serão acompanhadas durante o ano. Toda semana a gente vai ligar para essas pessoas, elas terão que informar se não apresentaram nenhum sintoma de Covid. É uma pesquisa quantitativa, é um ensaio clínico de fase três, que é a última etapa, que avalia se a vacina, ela presta para esse serviço ou não”.

Os pesquisadores australianos se basearam em estudos já existentes que mostram que a vacina BCG é eficiente contra outras infecções respiratórias virais. Agora, eles querem testar se há também algum tipo de proteção contra a Covid.

“Essa é a nossa hipótese, porque ela induz uma resposta celular bastante importante e a gente sabe que para Covid a gente precisa de uma resposta celular. Porque, tanto a tuberculose como a Covid, são organismos intracelulares, e qualquer vacina que induza bastante resposta imunocelular contra organismos intracelulares podem ser efetivos para Covid-19”, destaca Croda.

O professor Nigel Curtis é um dos responsáveis pela pesquisa na Austrália. Ele explica que os resultados finais podem demorar de seis meses a um ano: “Estaremos observando muito atentamente, para saber se podemos descobrir mais cedo”.

Nigel Curtis alerta que, além de não ter a comprovação de que a BCG é eficaz contra a Covid, os pesquisadores ainda não sabem por quanto tempo ela mantém o organismo imune contra outras doenças respiratórias. Por isso, ele lembra que não é para sair tomando a vacina. O importante agora é seguir as regras de distanciamento: “O que é bastante importante: fazer todas as coisas direito. Distanciamento social, lavar as mãos e tudo mais para se proteger”.

Fonte: G1

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