Animais de estimação não transmitem coronavírus para humanos, lembra Organização Mundial da Saúde Animal

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“A propagação atual do Covid-19 é o resultado exclusivo da transmissão entre seres humanos. Até o momento, não há nenhuma evidência de que os animais possam espalhar a doença”, segundo informações da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE). “Por isso, não se justifica tomar medidas contra animais de estimação que possam comprometer o seu bem-estar”, destaca a organização. A mensagem foi replicada nesta segunda-feira (16) por dezenas de associações de defesa do bem-estar animal na França, que temem que os pets possam ser abandonados ou eutanasiados no contexto de pandemia do coronavírus.

O Organização Mundial da Saude (OMS), com sede em Genebra, na Suíça, também destacou que “Não há evidências de que animais de estimação, como cães ou gatos, possam ser infectados ou espalhar o vírus responsável pelo Covid-19”. A Confederação Nacional de Defesa dos Animais (CNDA) da França divulgou nesta segunda-feira (16) um comunicado lembrando que “em 28 de fevereiro, o governo de Hong Kong anunciou em comunicado oficial a descoberta de um cão com traços do coronavírus. Testes em animais confirmaram que ele é portador da Covid-19, mas com um “baixo nível” de atividade viral”, lembra o texto.

“Sua proprietária havia sido anteriormente infectada através de contato humano com o vírus. Hoje, as notícias são bastante tranquilizadoras, o estado de saúde do cão contaminado está melhorando. Mas, após a divulgação dessas informações, muitas pessoas se perguntam se os animais de estimação podem ser vítimas diretas ou indiretas da epidemia e espalhar a doença”, reforça o CNDA. “Cientistas chineses que realizaram pesquisas informam que, até o momento, não há o menor risco de transmissão de animais de estimação para humanos”, afirma o documento.

“Portanto, não faça nada que possa prejudicar seu animal de estimação”, lembra a associação francesa. A Défense de l’Animal, associação que é porta-voz de abrigos independentes de animais de estimação, apela ao bom senso de todos os donos de pets. “Não faça nada que possa prejudicar o bem-estar do seu animal: o abandono e a eutanásia são proibidos”, lembra a instituição.

“Nesta situação de pandemia de coronavírus, e para limitar os riscos, regras gerais de higiene devem ser aplicadas. Certifique-se de lavar as mãos com água e sabão com muita regularidade e depois de tocar em seu animal de estimação. Evite tocar nos olhos, nariz e boca e é recomendável evitar de beijar seus animais”, diz ainda a associação.

O que fazer?

Para quem tem animais de companhia, as regras são simples. Ao manusear e cuidar de animais, sempre devem ser aplicadas medidas básicas de higiene. Isso inclui lavar as mãos antes e depois de andar ou manusear animais, alimentos ou outras coisas, além de evitar compartilhar alimentos.

Sempre que possível, as pessoas que se encontram doentes ou sob tratamento médico para o Covid-19 devem evitar contato próximo com seus animais de estimação e confia-los aos cuidados de outro membro de sua família ou amigos. Se isso não for possível, recomenda-se usar uma máscara facial, para preservar o animal.

Segundo a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), os serviços de saúde pública e veterinária devem “trabalhar juntos”, usando a abordagem de “uma saúde única” para compartilhar informações e realizar uma avaliação de risco quando uma pessoa com Covid-19 relatar estar em contato com animais de estimação. Se a decisão for tomada após uma avaliação de risco de um animal de estimação que tenha estado em contato próximo com uma pessoa com o coronavírus, é recomendável testar amostras orais, nasais e fecais. Embora não haja nenhuma evidência de que a infecção do Covid-19 se espalhe de animal para animal, deve-se manter os animais testados positivos longe de animais não expostos.

A organização mundial afirma ainda que qualquer detecção do vírus Covid-19 em um animal deve ser relatada à OIE. É essencial que as autoridades veterinárias sejam mantidas informadas e mantenham vínculos estreitos com as autoridades de saúde pública e vida selvagem, a fim de garantir a consistência e a adequação das mensagens de comunicação e gerenciamento de riscos.

“É importante ainda”, ressalta a OIE, “que a epidemia do Covid-19 não resulte em medidas inadequadas contra animais domésticos ou selvagens, que possam comprometer seu bem-estar e saúde ou ter um impacto negativo na biodiversidade”.

Fonte: RFI / Márcia Bechara

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