HPV tem cura, mas pode evoluir para câncer se não for tratado

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Paciente do Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ) desde 2017, unidade do Governo do Estado do Ceará, a dona de casa Maria Silva (nome fictício), se trata contra o papilomavírus humano, o HPV. Mas reconhece que não segue o tratamento como deveria. “As vezes eu não venho, falto as consultas”, comenta. A médica infectologista Terezinha do Menino Jesus Silva Leitão, no entanto, garante, o HPV tem cura. “Agora, tem que fazer o tratamento. E o quanto antes, melhor. Se não tratado, pode evoluir para um câncer”, afirma.

O vírus, segundo a especialista, está incluso naqueles conhecidos como Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) e é de fácil contágio. “O tratamento é a base da remoção das verrugas, as formas de se fazer isso são as mais variadas possíveis. No HSJ), realizamos a remoção química, onde um produto que é colocado em cima da verruga e ela vai desaparecendo. Mas existem outros tratamentos que se pode fazer a nível ambulatorial, ou seja, o paciente se trata em casa”, explicou Terezinha. Quando não há mais verrugas, lesões, o paciente é considerado curado.

Prevenção

A infectologista explica que a melhor forma de prevenção existente atualmente é a vacina. Disponível na rede pública para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. Já na rede privada, pode ser aplicada em qualquer pessoa acima de 9 anos. Mesmo adultos com vida sexualmente ativa podem tomar. “A vacina protege contra quatro subtipos do vírus, existem vários. A vantagem da vacina é que cobre os dois subtipos mais frequentes do HPV e os dois mais associados com o câncer”, ressalto a infectologista.

“Não há riscos nas vacinas. Vacina é sempre muito bem-vinda, um dos maiores avanços do mundo. Só é contraindicado a pacientes imunossuprimidos de uma maneira geral, eles sempre devem conversar com o médico antes de se vacinar”, explicou Terezinha, destacando ainda outras formas de prevenção. Entre elas, as visitas regulares feitas por meninas à ginecologista e pelos meninos ao urologista, os exames feitos por estes profissionais podem detectar precocemente o HPV.

Há ainda a camisinha. A especialista explica que, apesar de apresentar riscos caso as lesões estejam foram da área de cobertura, a camisinha ainda proporciona uma proteção importante. Além disso, o preservativo evita a infecção por outras ISTs, como sífilis, gonorreia e HIV. “A camisinha nunca deve ser dispensada”, afirmou.

Evolução para o câncer

“Se a lesão for descoberta nos estágios iniciais, as vezes, uma única aplicação (do medicamento) resolve. As lesões maiores precisam de mais tempo. A boa notícia é que tem cura.”, disse a médica ressaltando, no entanto, que se não for tratada, pode ocasionar consequências graves, como o câncer. Terceiro mais comum entre as mulheres segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca)

“É preciso ficar atento, fazer o autoexame, os exames de rotina, buscar mais conhecimento”, destacou Terezinha, explicando que muitas pessoas, por desconhecerem os sinais do HPV, não dão a devida importância a eles. Foi o caso da paciente Maria, que já tinha conhecimento das verrugas nas partes íntimas cinco anos antes de ser diagnosticada, mas, por desconhecer a doença, não procurou ajuda. “Até que começou a crescer e eu fui a um posto de saúde. Lá eu vi um quadro na parede e entendi que não era normal, foi quando fui encaminhada para o São José”, conta.

Em caso de evolução de HPV para um câncer, deve-se iniciar o tratamento rapidamente para aumentar as chances de cura. Por isso, a campanha do Janeiro Verde alerta para que mulheres se atentem para prevenção e detecção precoce do câncer de colo de útero.

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