Mães de crianças com microcefalia denunciam atrasos e suspensão de benefício

Por Marina Meireles, G1 PE

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Mães de crianças com microcefalia que deixaram de receber o Benefício de Prestação Continuada (BPC) cobram respostas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em um ato nesta quinta-feira (18), em uma das gerências do órgão, no bairro de Santo Amaro, no Recife. Segundo a União de Mães de Anjos (UMA), 22 famílias deixaram de receber a ajuda mensal de R$ 998.

A UMA é uma organização criada em 2015 para buscar a inclusão de crianças com microcefalia na sociedade e arrecadar doações para as famílias. O dinheiro do benefício é usado para gastos com as crianças e com as despesas de casa.

“No fim de junho, eu não recebi o BPC. Não avisaram nada e, quando eu fui sacar, não tinha dinheiro. Perguntei em um grupo de mães e vi que mais mulheres estavam com o mesmo problema”, afirma Germana Soares, presidente da UMA.

Erivânia Silva, avó de Heloísa Nayara, de 5 anos, também passou pela mesma situação. “Íamos receber o dinheiro no dia 26 de junho, mas não entrou. Mais da metade do dinheiro é para comprar fraldas e medicações, porque meu marido está desempregado e a mãe dela tem outro bebê para cuidar”, afirma.

Segundo a UMA, 82 mães estavam presentes no ato até as 9h30. “Soubemos que existe uma lista de pessoas com o benefício a ser cortado nos próximos meses, então viemos para cá. A Farmácia do Estado já é precária, então esse dinheiro é muito importante”, diz Germana.

No caso de Jeniffer Oliveira, mãe de Kauan Vinícius, de 4 anos, a espera pelo benefício já dura dois anos. “Ligamos para o 135 [número do INSS] e eles dizem que o benefício está em análise”, afirma.

Vivendo com ajuda da família, Jeniffer afirma estar numa situação difícil. “Viemos aqui atrás de respostas”, afirma, acompanhada da mãe, Maria da Conceição Oliveira.

G1 entrou em contato com o Ministério da Cidadania, que informou ter entrado em contato com a União de Mães de Anjos para o envio dos dados das beneficiárias do BPC para verificação de suas situações cadastrais.

Fonte:  G1.com

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