Pernambucana sai de emprego em escritório de advocacia e vive em Kombi junto com cadela

A cadela Dude foi adotada por Joana Cavalcanti há quase sete anos (Foto: Joana Cavalcanti/Acervo)

Publicidade

Viajar na companhia do animal de estimaçãonem sempre é possível. Por isso, para juntar duas paixões, a pernambucana Joana Cavalcanti, de 36 anos, foi atrás de uma solução. Em 2017, ela adquiriu uma Kombi, que chamou de Galerosa, para cruzar o na companhia da cadela Dude, sua parceira há sete anos.

O automóvel passou a ser a casa das duas. Viajantes desde o dia 20 de janeiro deste ano, elas partiram de São Paulo, percorreram todos os estados da região Sul, voltaram para o Sudeste e dirigem em direção à Bahia. As estradas de Minas Gerais são o caminho neste fim de julho.

“Eu sempre gostei de viajar. Muitas vezes, quando eu não tinha como levar Dude, ia para lugares com cachoeira e praia, dois programas que ela adora, e eu ficava triste porque ela não estava comigo”, diz Joana.

Ela conta que lia na internet histórias de pessoas que, ao descobrir que seus cachorros tinham alguma doença terminal, decidiam levar o animal para uma viagem de despedida. “Eu pensava: não vou esperar se aproximar a hora de Dude morrer para viajarmos”, conta.

Foi assim que, pesquisando sobre formas de viajar na companhia da cadela, Joana conheceu a história de uma inglesa que comprou uma Kombi para levar os pets para os destinos.

A ideia, então, a estimulou a pesquisar sobre a Kombi no Brasil. “Comecei a participar de grupos de viajantes no Facebook e no WhatsApp, fui atrás de preços para comprar uma Kombi e busquei entender o que seria preciso fazer para adaptar o veículo”, explica Joana, que é formada em direito.

Mudança de cidade

Há três anos, Joana pediu desligamento do emprego em um escritório de advocacia da família, no Recife, e se mudou para São Paulo. Na época, ela achava que a capital pernambucana não tinha espaços públicos adequados para programas com Dude e, ao mesmo tempo, se preparava para estudar comportamento animal em um curso na Universidade de São Paulo (USP), que foi cancelado.

Na capital paulista, realizou trabalhos variados, incluindo algumas passagens por hotéis para cachorros. Quando decidiu cair na estrada, contou com a colaboração dos amigos para juntar os cerca de R$ 5 mil necessários para a aquisição da Kombi.

Recifense começou a viagem pelo país na companhia da cadela em janeiro deste ano (Foto: Reprodução/Instagram)Recifense começou a viagem pelo país na companhia da cadela em janeiro deste ano (Foto: Reprodução/Instagram)

Recifense começou a viagem pelo país na companhia da cadela em janeiro deste ano (Foto: Reprodução/Instagram)

Após a compra, ela ainda enfrentou dificuldades para conseguir regularizar a documentação do veículo, pois descobriu que os motores da Kombi eram roubados. Além disso, precisou adaptar o automóvel para a viagem.

Nesse período, ela contou com a colaboração do DJ Carlos Kim, um amigo que fez através dos grupos e que conseguiu um terreno para ela estacionar a Galerosa enquanto todas as pendências eram resolvidas. Foram, ao todo, sete meses morando no automóvel até a Kombi ter condições de percorrer o país.

“Decidi começar a viagem pelo Sul porque as estradas, no geral, estão em melhores condições e porque os grupos de viajantes são maiores na região. Eu tinha algumas bases de apoio para esse começo”, diz.

Estilo de vida

Joana já havia morado na Inglaterra e na Argentina. Para ela, depois dessas experiências, seria possível encontrar meios de sobreviver viajando no seu próprio país. A viagem, desse modo, não é vista como algo com prazo para acabar. Ela adotou o estilo de vida e se programa para levar a Galerosa para destinos internacionais.

“Meus próximos planos são viajar pelos outros países da América do Sul até entrar no Brasil pela região Norte, que tenho muita vontade de conhecer”, afirma.

Dude, que sempre foi parceira de Joana, também se adaptou à nova rotina. A Galerosa faz pausas para respeitar aos horários dela e ainda tem um cinto de segurança próprio para a cadela.

Além disso, a vida na estrada trouxe amigos, pessoas que as ajudam, que dão apoio ao longo do caminho e que ensinaram Joana a mexer na parte mecânica do veículo.

Desde que a viagem virou realidade, o estilo de vida fez Joana repensar seus hábitos. “Continuo gostando de coisas como jantares e vinhos, só não tenho isso como prioridade. Mas, quando quero programas assim, me permito também [risos]”, conta.

Fonte: G1

Publicidade

Leia também