O jornal espanhol “El Mundo” destacou, no artigo “Turismo na favela, um risco necessário?”, casos semelhantes passados
Os jornais espanhóis questionaram o turismo em favelas, a violência, a atuação policial e a impunidade no Rio de Janeiro após a morte da turista Maria Esperanza Jimenez Ruiz, de 67 anos, ontem (24), enquanto fazia um tour pela Rocinha. Ela estava de férias no Rio junto com o irmão e a cunhada.
Como lembrou o jornal Extra, a espanhola foi baleada no pescoço. segundo a versão dos policiais, o motorista do tour furou bloqueio dos agentes na comunidade. O condutor e a família da vítima negam ter visto qualquer comando de parar.
O jornal espanhol “El Mundo” destacou, no artigo “Turismo na favela, um risco necessário?”, casos semelhantes passados: uma argentina morreu baleada, em março, ao entrar por engano de GPS no Morro dos Prazes, em Santa Teresa, e, em dezembro, um italiano também errou o caminho e acabou morto a tiros de traficantes. Desta vez, a diferença é de que o disparo partiu de policiais, segundo o texto.
“Mortes como a de Maria Esperanza são tão frequentes que nem sequer têm espaço no notícia local. Em 2016, um total de 920 pessoas morreram assassinadas pela polícia no estado do Rio e, este ano, poderia bater todos os recordes. A imensa maioria das mortes ficam impunes. E 70% são jovens negros da periferia”, firmou a publicação do jornal espanhol, sem citar a fonte dos dados.
Socorro e prisão
Maria Esperanza chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Miguel Couto, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O policial acusado de atirar contra a turista foi preso em flagrante pela Corregedoria da PM. Em nota, a corporação afirma que está apurando o caso.
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