Massa não esconde ter tirado tudo do carro. E vai para a Austrália empolgado

Equipes como Mercedes e RBR seguramente não apresentaram o seu máximo até agora nos testes da pré-temporada. Ferrari talvez também não. A McLaren bem que gostaria, mas a unidade motriz Honda quase não a deixa treinar. E quando está na pista os japoneses limitam tando a potência para preservá-la que Fernando Alonso é cerca de 30 km/h mais lento nas retas.

Mas há uma escuderia que nesta quarta-feira buscou literalmente o limite do seu modelo de 2017 no Circuito da Catalunha, em Barcelona: a Williams de Felipe Massa. No período da manhã completou com o FW40-Mercedes 63 voltas, quase um GP, com suas 66 voltas, e registrou o segundo melhor tempo do dia, 1min19s420, com pneus ultramacios. A Pirelli disponibilizou os ultramacios, supermacios, macios, médios e duros.

Felipe Massa, pré-temporada, Williams F1 (Foto: Reprodução)Felipe Massa, pré-temporada, Williams F1 (Foto: Reprodução)

Valtteri Bottas, com Mercedes W08 Hybrid, foi o mais rápido, com 1min19s310 (70 voltas), obtido de manhã também, mas com pneus supermacios, apesar de estes serem um pouco mais lentos que os ultramacios usados por Massa. Com os supermacios, Massa ficou em primeiro na terça-feira, com 1min19s726, ou 416 milésimos pior que Bottas com os mesmos pneus. Não está clara, ainda, a diferença de performance proporcionada pelos ultramacios e os supermacios.

Antes do primeiro treino livre do GP da Austrália, dia 24, em Melbourne, Massa vai acelerar o FW40 nesta quinta-feira à tarde. De manhã quem anda é o companheiro, o jovem canadense Lance Stroll, de 18 anos, que nesta quarta-feira à tarde realizou bom trabalho, ao completar 59 voltas e marcar 1min20s579, quinto, com pneus ultramacios, como Massa.

Como numa classificação

“Dei o máximo hoje, mostramos tudo o que temos”, afirmou Massa, sem hesitar. “Tem gente escondendo o jogo, sabemos. A melhor resposta para isso é o GP da Austrália. O que posso dizer é que nosso carro é constante, não quebra, mas não dá para saber onde está comparado com os outros.”

Lembrou, a seguir, as 59 voltas voltas de Stroll também sem um único problema. Em dois dias o modelo FW40 da Williams percorreu os 4.655 metros do Circuito da Catalunha 231 voltas, 1.075,3 quilômetros, com Massa, e 59 voltas, ou 274,6 quilômetros, com Stroll. Total de 290 voltas ou 1.349,9 quilômetros. Respeitável.

E com tempos que permitem a Massa talvez sonhar em lutar pelo pódio em Melbourne. Mas, como lembrou o piloto, os carros da etapa de abertura do mundial serão diferentes dos que estão em Barcelona. “Todo mudo vai aparecer com várias peças novas, principalmente este ano, com o regulamento novo. A Red Bull deve colocar muita coisa nova, não acredito que eles sejam o que vimos até agora.”

Felipe Massa, Fórmula 1, Williams pré-temporada FW40 (Foto: Reprodução)Felipe Massa, Fórmula 1, Williams pré-temporada FW40 (Foto: Reprodução)

Nesta quarta-feira Max Verstappen acelerou o belíssimo modelo RB13-Tag Heuer (Renault) da RBR. Foram 102 voltas. Na 31ª fez 1min20s432, com pneus macios. A exemplo de Massa, outros profissionais imaginam que a RBR será muito competitiva na Austrália. “A única dúvida é o novo motor da Renault. Eles parecem estar com problemas nessa fase inicial de preparação.”

A quase nova versão dos monopostos que as escuderias levarão para o primeiro GP do calendário é uma variável, segundo o piloto disse ao GloboEsporte.com, potencialmente capaz de mudar o que os oito dias de testes na pista espanhola vão sugerir que poderá acontecer ao longo das 58 voltas nos 5.303 metros do Circuito Albert Park.

Massa destacou os pontos positivos na pré-temporada da Williams, este ano, que não foram o caso em 2016, como explicou: “Nós demos o máximo também, como hoje, e não fiquei entre os três primeiros. Vou para Melbourne satisfeito, otimista e até empolgado com o carro”.

Seu retrospecto no Circuito Albert Park não é dos melhores. Nunca chegou no pódio, por exemplo. “É verdade, mas disputei belas corridas lá. Fui quinto no ano passado e brigava pelo terceiro lugar em 2014. Acabei em quarto. Se puder de novo lutar pelo pódio vou estar satisfeito.”

g1